Seja bem vindo

"As pessoas sem imaginação podem ter tido as mais imprevistas aventuras, podem ter visitado as terras mais estranhas. Nada lhes ficou. Nada lhes sobrou. Uma vida não basta apenas ser vivida: Também precisa ser sonhada."
Mario Quintana

domingo, 5 de dezembro de 2010

Quando vier me visitar...





"Quando vier me visitar
Traga flores,
Muitas delas...
Porém não me traga apenas flores:
Não se esqueça de juntar a elas,
A beleza do seu sorriso,
A ternura do seu olhar,
A força do seu abraço,
O calor dos seus beijos...
Quando vier me visitar,
Traga flores, muitas delas...
Mas não esqueça de tirar-lhes
Os espinhos que machucam,
As folhas envelhecidas,
Os galhos secos,

As dores embutidas...
Quando vier me visitar
Traga flores, muitas delas...
Perfumadas, coloridas, alegres:
Todas parecidas com você!
Quando vier me visitar,
Traga você por inteiro...
As flores?
Nem sei se vai precisar!"
(autor desconhecido)



Sonhos




Sonhos
Quero lhe falar de sonhos
Sonho que sonhamos de olhos fechados
Sonhos que sonhamos de olhos abertos
Aqueles que realizamos...
Aquele que deixamos de realizar...
E que no meio do caminho perderam o encantamento,
Mas ficaram no pensamento
Ficaram na memória...
Quem sabe  retomá-lo
Mais uma vez...
Ou todas as vezes que quisermos...
O que é a vida sem o sonho?
O que seria se não realizássemos alguns deles?
Mas se o ideal não for realizar...
Podemos continuar idealizando,
Viver é sonhar
Sonhar é viver
Que bom...
Rejane Moreto Pinheiro

LIVING APART TOGETHER)



VIVER EM CASAS SEPARADAS (LIVING APART TOGETHER)
Apesar de o número de casamentos continuar a decair de ano para ano, Portugal continua a ser dos países da Europa em que mais se cumpre a tradição. Ainda assim, temos acolhido nos últimos anos novas formas de família. Há cada vez mais uniões de facto, famílias reconstruídas, famílias monoparentais, famílias constituídas por casais homossexuais, etc.

Embora nem todos estejam familiarizados com o termo, a sigla LAT (Living Apart Together) pode ser considerada uma nova forma de família, que ganha adeptos no mundo inteiro. Entende-se por uma relação LAT uma união em que duas pessoas se assumem como casal mas optam por viver em casas separadas.

Se, por um lado, a generalidade das pessoas anseia por, mais tarde ou mais cedo, juntar os trapinhos, por outro, existem pessoas para quem esse passo acarreta mais desvantagens do que vantagens para a viabilidade da relação.

Algumas destas pessoas já foram casadas, divorciaram-se e chegaram à conclusão que a rotina pode estragar o amor. Por isso, optam por não voltar a “cometer o mesmo erro”. Reconhecem que se amam, até podem voltar a casar, mas não dividem o mesmo tecto.

Há quem justifique esta opção através de um ou mais motivos. Por exemplo, esta é uma opção útil para algumas famílias reconstruídas que receiam o contacto diário entre padrastos ou madrastas e enteados – evita-se a responsabilidade de ter que cuidar dos familiares do cônjuge. Noutros casos, um dos cônjuges tem a seu cargo um familiar idoso e a decisão está associada à dificuldade de partilhar esta responsabilidade. Os “fardos” não são partilhados e o que sobra é a parte positiva.

Note-se que estas pessoas sentem-se apoiadas, sentem que podem contar com o outro em momentos de aflição, mas decidem não partilhar os deveres do dia-a-dia.

Outro motivo apontado diz respeito ao facto de os cônjuges trabalharem geograficamente distantes um do outro. Amam-se e ultrapassam as obrigações profissionais através da manutenção de dois lares.

Esta opção não deve ser confundida com a co-habitação alternada, isto é, os cônjuges não vivem juntos entre duas casas – cada um tem a sua. Encontram-se aos fins-de-semana e passam as férias juntos, mas no dia-a-dia a autonomia é maior.

Alguns casais chegam mesmo a afirmar que, mesmo que tivessem oportunidade de viver juntos a tempo inteiro, não o fariam. Preferem não abdicar do seu próprio espaço, ou dos seus hábitos individuais e decidem não interferir nas decisões diárias do cônjuge.

Como este é um fenómeno que atravessa todas as faixas etárias, é possível ouvir-se casais mais velhos defenderem que, através deste formato, podem conviver com os filhos e com os netos sem que o outro se sinta obrigado a fazê-lo também.

Entre os casais mais novos é possível encontrarmos casos em que os cônjuges até vivem com outras pessoas (pais, irmãos, colegas, amigos), mas deliberadamente não avançam para uma união tradicional.

Daí que o fenómeno também atravesse todas as classes sociais: embora saia mais caro viver em casas separadas, as despesas podem ser partilhadas com outras pessoas. Claro que há despesas extra: gasta-se inevitavelmente mais dinheiro em chamadas telefónicas e em viagens.

Como partilham a ideia de compromisso, a fidelidade não está em causa. Daí que estas relações não devam ser confundidas com uniões abertas a experiências amorosas paralelas (ainda que isso possa ser verdade em situações excepcionais).

A ideia passa por manter as qualidades dos tempos de namoro, evitando os obstáculos da vida de casados no sentido tradicional.

Há relações duradouras, mas nem todas as pessoas que adoptam o formato vivem em função do “…até que a morte os separe”. Por outro lado, os filhos não são encarados como fundamentais para uma relação feliz.

O aumento deste tipo de famílias está associado às mudanças demográficas por que temos passado. De facto, o peso das normas é cada vez menor, a esperança média de vida é cada vez maior, a taxa de divórcio tende a aumentar, há cada vez mais filhos fora do casamento e é cada vez mais difícil trocar de emprego e manter a estabilidade financeira.

Nalguns países do Norte da Europa a percentagem destes casos ronda os 4-8 %. Em Portugal são conhecidos os exemplos do Professor Marcelo Rebelo de Sousa, comprometido, mas a viver sozinho, e do casal Vasco Pulido Valente / Constança Cunha e Sá, casados e a viver em casas separadas.

Como Psicóloga e terapeuta familiar respeito esta nova forma de família, mas temo, pelo menos, um risco: que este formato seja imposto por um dos membros do casal, anulando a vontade do outro. De resto, cada um é livre de ser feliz como entender…
PSICOLOGA CLAUDIA MORAIS

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Encerrando Ciclos...

"Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..
E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão."

Autor desconhecido

domingo, 5 de setembro de 2010

Ode ao Gato

Os animais foram
imperfeitos,
compridos de rabo, tristes
de cabeça.
Pouco a pouco se foram
compondo,
fazendo-se paisagem,
adquirindo pintas, graça, vôo.
O gato,
só o gato
apareceu completo
e orgulhoso:
nasceu completamente terminado,
anda sozinho e sabe o que quer.
O homem quer ser peixe e pássaro
a serpente quisera ter asas,
o cachorro é um leão desorientado,
o engenheiro quer ser poeta,
a mosca estuda para andorinha,
o poeta trata de imitar a mosca,
mas o gato
quer ser só gato
e todo gato é gato
do bigode ao rabo,
do pressentimento à ratazana viva,
da noite até os seus olhos de ouro.
Não há unidade
como ele,
não tem
a lua nem a flor
tal contextura:
é uma coisa só
como o sol ou o topázio,
e a elástica linha em seu contorno
firme e sutil é como
a linha da proa
de uma nave.
Os seus olhos amarelos
deixaram uma só
ranhura
para jogara as moedas da noite
Oh pequeno
imperador sem orbe,
conquistador sem pátria
mínimo tigre de salão, nupcial
sultão do céu
das telhas eróticas,
o vento do amor
na imterpérie
reclamas
quando passas
e pousas
quatro pés delicados
no solo,
cheirando,
desconfiando
de todo o terrestre,
porque tudo
é imundo
para o imaculado pé do gato.
Oh fera independente
da casa, arrogante
vestígio da noite,
preguiçoso, ginástico
e alheio,
profundissimo gato,
polícia secreta
dos quartos,
insignia
de um
desaparecido veludo,
certamente não há
enigma
na tua maneira,
talvez não sejas mistério,
todo o mundo sabe de ti e pertence
ao habitante menos misterioso,
talvez todos acreditem,
todos se acreditem donos,
proprietários, tios
de gatos, companheiros,
colegas,
díscipulos ou amigos
do seu gato.
Eu não.
Eu não subscrevo.
Eu não conheço o gato.
Tudo sei, a vida e seu arquipélago,
o mar e a cidade incalcullável,
a botânica,
o gineceu com os seus extrávios,
o pôr e o mesnos da matemática,
os funis vulcânicos do mundo,
a casaca irreal do crocodilo,
a bondade ignorada do bombeiro,
o atavismo azul do sacerdote,
mas não posso decifrar um gato.
Minha razão resvalou na sua indiferença,
os seus olhos tem números de ouro.

(Navegaciones y Regresos, 1959)

Pablo Neruda

O Gato

Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.

Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.

És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.

Fernando Pessoa
janeiro de 1931

sábado, 4 de setembro de 2010

Ser Um

Enquanto não superarmos
a ânsia do amor sem limites,
não podemos crescer
emocionalmente.

Enquanto não atravessarmos
a dor de nossa própria solidão,
continuaremos
a nos buscar em outras metades.
Para viver a dois, antes, é
necessário ser um.

Fernando Pessoa

Mágoa

Tu ficas magoado...
Eu fico triste,
Tu pensas que sou injusta...
Eu digo que falta visão,
Tu dizes que não gosta de esperar...
Eu digo, que o problema não é esperar,
É acreditar no outro...
Quando se acredita,
Não pensamos mal,
A paciência vem,
O amor brota,
A compreensão floresce,
As coisas são assim...
Não se tem explicação,
No amor não existe uma justificativa,
Ou definição,
Apenas se sente,
Apenas se espera,
Apenas se acredita,

Rejane Moreto Pinheiro
04/09/2010

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Mundo de Imagens

"Nada lhe posso dar que não exista em você mesmo.
Naõ posso abrir-lhe outro mundo de imagens, além daquele que há em sua própria alma.
Nada lhe posso dar, a não ser a oportunidade, o impulso, a chave.
Eu ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo."
Hermam Hesse

Caçadores

"Até que os Leões tenham seus contadores de histórias, os contos das caçadas irão sempre glorificar os caçadores".
Provérbio Africano

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Compartilhar

Saber compartilhar
Compartilhe o amor...
Não guarde só para você,
Deseje que outros também compartilhem...
Não aprisione os afetos,
Sempre haverá alguém do seu lado necessitando um pouco...
Desse amor,
Desse afeto.
Não queira o carinho,
A amizade,
O respeito,
A atenção
E gratidão só pra você.
Compartilhe a gratidão!
Não queira o amor daqueles que lhe são caros...
Só para você.
Permita que outros,
Também tenham para si,
Permita que esse amor,
Esse afeto
Se propague!
Na vida, só evoluiremos...
Como o Pai Celestial deseja,
À medida que deixamos de ser egoístas...
Desta forma seremos grandemente abençoados.

Rejane Moreto Pinheiro
Agosto 2010

Will

Meu gato
Meu gato Will, me avista,
De longe...
Ele sabe quando sou eu,
Ao subir a rua,
De repente ele para,
De observar borboletas...
E correndo até mim,
Ele mia...
E ao abrir o portão,
Ele espera...
Espera com seu jeito,
De finalizar o dia...
Como se soubesse
Que esta na hora de entrar,
Como se dissesse:
Chega de rua,
Chega de telhado,
Chega de caminhadas,
Chega de borboletas...
Vai sossegar!
Então, Will...
Com toda sua elegância,
Vai pra minha
Cama e
A me observar,
Repara cada movimento,
Sem pestanejar...
A ronronar...

Rejane Moreto Pinheiro
Setembro 2010

Por do Sol

Por do Sol
Ao chegar a Porto Alegre
Ao final da tarde...
Vejo um lindo,
Um magnífico,
Por do Sol...
Por de trás das águas do Guaíba.
Vejo-te a me esperar
E me ofereces a mão
E me ofereces o ritmo de teus passos
E me ofereces
Teu olhar terno
Doce
E no caminhar lado a lado
Percebo que a vida tem um encantamento,
Simples,
Sublime,
Belo
Então... Logo mais...
Tenho teus ombros
E minha cabeça sabe como repousar
Com o aconchego que só tu
Sabes me dar
E aí, um silêncio imenso paira no ar.
Um silêncio que me faz acreditar
Que Deus está aqui
Na PAZ do teu amor.
Rejane Moreto Pinheiro

Identidade

Identidade
As vezes me pergunto:
Quando serei EU
Quando viverei minha vida?
Quando darei inicio a minha história?
Vivo num viver de outro ou de outros.
Não estou no ponto de partida nem no ponto de chegada.
Será que tenho medo de viver?
Tenho medo de perder...
Mas onde esta a minha essência?
Procuro, busco algo que diga que isso é realmente meu.
Vivo em volta de muitos...
Vivo em completa solidão.
Solidão de ter um amor e não vivê-lo na plenitude...
Será que conseguirei?
Vivo entre duas vidas...
Porem onde está minha própria vida?
Quem sou EU no momento?
Preciso iniciar minha história...
O que fazer agora?
Rejane Moreto Pinheiro
Agosto 2010

Entre dois Lados

Entre dois lados
Entre dois lados estou EU
De repente vejo-me,
Enxergo-me,
Assim:
Um ser completo talvez...
Um ser inacabado...
Quem sabe...
Desse lado, o que me encontro,
Estão meus amores,
Minha historia,
Minha bagagem...
Tudo que construí.
Do outro lado...
Está o amor que desejo
O amor novo
O que surgiu...
O que nasceu.
Mas ele também tem sua bagagem,
Sua historia,
Porém lá...
EU... Não participei.
Mas o que nos resta então?
Construir uma nova história?
Se for possível construir...
Sem abandonar...
O amor construído...
Lá trás...
Então estaremos
Fazendo o que é certo...
Mas o que é certo?
Alguém pode me responder?
Rejane Moreto Pinheiro
Agosto 2010